3.1. Terapias celulares prontas para uso
Uma limitação significativa das terapias celulares atuais é a necessidade de modificação celular específica do paciente, o que é demorado e caro. O desenvolvimento de terapias celulares alogênicas “prontas para uso”, derivadas de doadores saudáveis e projetadas para serem universais, visa resolver esta questão.
Essas terapias poderiam ser produzidas em grandes quantidades e disponibilizadas prontamente, reduzindo significativamente o tempo desde o diagnóstico até o tratamento.
As patentes nesta área incluem a patente norte-americana nº 10,786,634, que abrange terapias alogênicas com células CAR-T projetadas para evitar a rejeição imunológica, tornando-as adequadas para uma ampla população de pacientes.
3.2. Tecnologias de edição genética
O advento do CRISPR-Cas9 e de outras tecnologias de edição genética revolucionou o campo da terapia celular. Essas ferramentas permitem modificações genéticas precisas para aumentar a eficácia e a segurança dos tratamentos baseados em células.
Os pesquisadores estão explorando a edição de genes para melhorar a persistência das células T, reduzir o risco de recaída e minimizar os efeitos adversos. Por exemplo, a edição da PD-1, uma proteína de checkpoint que inibe a atividade das células T, pode melhorar a função antitumoral das células CAR-T.
As patentes relacionadas ao CRISPR incluem a patente dos EUA nº 8,697,359, que cobre os métodos de edição de genes CRISPR-Cas9, e a patente dos EUA nº 10,266,850, que se refere à edição de genes baseada em CRISPR em células T para fins terapêuticos.
3.3. Visando o microambiente tumoral
O microambiente tumoral (TME) desempenha um papel crucial na progressão do câncer e na resistência à terapia. As futuras terapias celulares visam modificar o TME para torná-lo mais hostil às células cancerígenas e mais propício à atividade das células imunológicas.
As estratégias incluem a engenharia de células T para secretar citocinas que recrutam e ativam outras células imunológicas, bem como direcionar células reguladoras dentro do TME que suprimem as respostas imunológicas.
As patentes nesta área incluem a Patente US No. 9,393,308, que cobre métodos para modificar o TME para aumentar a imunidade antitumoral, e a Patente US No. 10,024,729, que envolve o uso de células imunológicas projetadas para alterar o TME.
3.4. Combinando Terapias Celulares com Outras Modalidades
A combinação de terapias celulares com outras modalidades de tratamento, como quimioterapia, radiação e inibidores de pontos de controle imunológico, tem potencial para efeitos sinérgicos.
Por exemplo, a combinação de células CAR-T com inibidores de checkpoint pode aumentar a atividade das células T e superar os mecanismos de resistência tumoral.
Da mesma forma, a radioterapia pode aumentar a expressão de antígenos tumorais, tornando as células cancerígenas mais reconhecíveis pelas células T projetadas.
Patentes relevantes incluem a Patente US No. 9,850,302, que cobre terapias combinadas envolvendo células CAR-T e inibidores de checkpoint, e a Patente US No. 10,016,603, que se refere à combinação de terapias celulares com tratamento de radiação.
3.5. Terapias Celulares Personalizadas
A personalização de terapias celulares com base no perfil genético e molecular do câncer de um indivíduo é uma tendência crescente. Os avanços na genómica e na bioinformática permitem a identificação de antigénios tumorais únicos e mecanismos de evasão imunitária, permitindo a concepção de terapias celulares altamente específicas e eficazes.
Abordagens personalizadas podem otimizar a eficácia do tratamento e minimizar efeitos fora do alvo.
As patentes que apoiam terapias celulares personalizadas incluem a Patente US No. 10,167,491, que cobre métodos para identificar antígenos específicos de tumores, e a Patente US No. 10,548,811, que se refere a vacinas personalizadas contra o câncer baseadas em neoantígenos.
3.6. Mecanismos de Segurança e Controle
À medida que as terapias celulares se tornam mais potentes, garantir a sua segurança é fundamental. Os investigadores estão a desenvolver mecanismos de controlo, tais como “genes suicidas” que podem ser activados para eliminar células modificadas caso ocorram efeitos adversos.
Além disso, melhorar a precisão da edição genética e reduzir os efeitos fora do alvo são áreas críticas de foco para melhorar o perfil geral de segurança destas terapias.
As patentes neste domínio incluem a Patente dos EUA No. 9,949,898, que cobre o uso de interruptores de segurança em células T projetadas, e a Patente dos EUA No. 10,172,914, que se refere a métodos para reduzir efeitos fora do alvo na edição de genes.